SHERLOCK HOLMES - O JOGO DE SOMBRAS

Com o primeiro filme foi a mesma coisa, lá estava eu, com poucas expectativas. O trailer desse segundo filme mostra muitas cenas de ação, com efeitos especiais do tipo McG barra Matrix, então eu pensei, argh, a franquia virou um produto pré fabricado logo no segundo filme. Mas o trailer engana você. O filme não é todo daquele jeito. Os efeitos McG (de desacelerar cenas de ação) e os matrix (fazer a volta numa cena congelada) estão, em sua grande maioria, presentes na sequência da fuga na floresta. Esse, para variar, é o ponto fraco do filme. Bem, digo, existe uma outra coisa bem chatinha. O filme tenta nos mostrar como a mente do detetive trabalha, como ele antecipa os acontecimentos. Existem dois tipos de cenas. Holmes imagina os movimentos de um inimigo antes da luta começar, depois disso, a luta começa, a mesma luta, tudo de novo. Ou então, Holmes executa um plano sem que a gente tome conhecimento dele. Aí o filme volta ao passado para nos mostrar a criação do tal plano. No começo, tudo bem, mas isso se repete ao longo do filme, se repete demais. No final, até o vilão Moriarty tira um sarro dessa brincadeira.

CENA DE LUTA, NÃO É "ELEMENTAR", É SENTIDO DE ARANHA

O novo filme começa no ponto exato onde o primeiro terminou. Watson vai se casar e vai deixar de ser o parceiro de Holmes. Irene está de volta, mas por pouco tempo. E Moriarty, o arqui inimigo do detetive, finalmente dá as caras. Mas e a tal da fonte de energia descoberta no filme anterior? Se Moriarty está fazendo uso dela agora, o filme não revela. O vilão está cometendo muitos atentados terroristas pela Europa como se estivesse tentando dar inicio à uma pré primeira guerra mundial. O plano de Moriarty só será revelado perto do final, até lá, o vilão vai estar sempre um passo a frente de Holmes. Ainda assim, esse Moriarty fica devendo um pouco. Você já deve ter ouvido aquela famosa piada: Holmes e Watson tem um caso. Ambos os personagens são heteros, mas o filme brinca, várias vezes, com aquela visão homossexual que muita gente tem da dupla. Antecipando os tiros de metralhadora, Holmes, vestido de mulher, deita no chão e diz: deite-se comigo Watson. O humor está presente em vários momentos. Stephen Fry (ele já trabalhou com Jude Law em "Wilde") faz o papel do irmão de Holmes e cuida do alívio cômico, o mordomo de Lara Croft (nos games) aparece numa ponta. Uma curiosidade, o filme não tem um clímax, não há nenhuma "batalha final". Por incrível que pareça, o filme retirou seu final de um dos livros de Sherlock Holmes. Minutos antes do final eu pensei: não acredito, o filme está seguindo o livro, já sei como tudo vai terminar...

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