GIGANTES DE AÇO

Dois robôs num ringue, lutando boxe, um deles dá um uppercut e a cabeça do adversário sai voando. Poderia ser um filme baseado naquele famoso brinquedo dos robôs lutando num ringue. Mas esse filme é baseado num conto de Richard Matheson de 1956. Eu não esperava muito de GIGANTES DE AÇO e tive uma agradável surpresa. Temos Steven Spielberg e Robert Zemeckis entre os produtores do filme, Danny Elfman na trilha musical, há um gostinho de nostalgia no ar, um daqueles filmes do tipo "um garoto e seu nada convencional bichinho". Só que esse filme, sabiamente, deixa o robô de lado um pouquinho, e se concentra mais na relação pai e filho. Também tem efeitos especiais legais, não é muito violento, só os robôs se machucam, é para todas as idades.

NÃO TIRE OS OLHOS DO CANGURU JACKMAN

Estamos em 2020 (pode ser uma data um tanto perigosa para um filme de ficção nos dias de hoje, mas era uma boa data quando o conto foi escrito em 1956) e não existem mais lutas de boxe, lutadores como Charlie Kenton (Jackman, 1 cena sem camisa) estão desempregados. Agora as pessoas só querem ver robôs lutando nos ringues. Existe a liga profissional de boxe (a real steel) e as lutas do submundo (segundo o filme, o Brézil é um país famoso em matéria de lutas amadoras). Charlie tenta ganhar a vida com um robô boxeador em feiras rurais (a luta contra um pobre touro foi crueldade, odeio touradas e rodeios). A morte de uma ex namorada deixa Charlie com um filho nas mãos, Max é bem Anakin Skywalker, mas é um ótimo ator. Ele vai passar o verão com o pai, após um acordo com a tia do garoto. Max encontra um robô num ferro velho e resolve ficar com ele. Atom é um robô de treino, feito para levar porrada mas não para atacar. Quando a relação "pai e filho" se torna menos truculenta, Charlie decide treinar Atom. O robô tem uma grande vantagem, ele tem um boxeador de verdade no controle e não um garoto qualquer segurando um joystick. As vitórias de Atom acabam unindo Charlie e Max. Em alguns momentos o filme tenta sugerir um "algo mais" em Atom, como se ele estivesse realmente vivo, mas a ideia é deixada de lado no fim das contas. A batalha final é eletrizante, um dos melhores filmes do ano.

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