EU QUERIA TER A SUA VIDA

Durante os anos 1980, isso foi legal. Mas quem é que suporta mais um filme de troca de corpos nos dias de hoje? Uma coisa me chamou a atenção nesse filme, não há pó mágico, fada madrinha, ou jóias enfeitiçadas, como dois caras poderiam trocar de corpo? Aí notei que, em Roliúdi, trocar de corpo é como câncer, sabe como costumam dizer: essa comida dá câncer, esse celular dá câncer, não parece que tudo ao nosso redor dá câncer? Nos filmes, muitas coisas causam a troca de corpos. O lance muda de filme para filme e, muitas vezes, traz explicações bem absurdas. No fim das contas, a causa não é importante, não há a necessidade de maiores explicações, dois caras mudaram de corpo, é tudo o que você precisa saber.

CLICHÊ, CLICHÊ, SE VOCÊ ESTÁ AÍ... ENTÃO QUEM É QUE...? OH MEU DEUS!

Bom, vou logo avisando. É uma daquelas comédias "hey, fezes são engraçadas!". Evite de colocar uma pipoca na boca nos primeiros minutos de filme. Talvez você não sofra de mastofobia como eu, mas saiba que o filme tem muita nudez feminina e usa isso como desculpa para fazer comédia, como uma pornochanchada, mulheres são tratadas como meros objetos para divertir os machões de plantão. Durante boa parte do tempo o filme tenta nos fazer rir com cenas bizarras: bebês digitais batendo a cabeça no berço ou segurando facas digitais, espere até conhecer Tatiana. É um humor negro demais que vai agradar a poucos. Jason Bateman, casado, três filhos, vai parar no corpo de Ryan Reynolds, o amigo solteiro e mulherengo, depois que ambos disseram "eu queria ter a sua vida" ao mesmo tempo, enquanto urinavam numa fonte. A troca acontece no dia seguinte, pela manhã. Sem conversar melhor sobre o assunto, cada um segue para um lado colocando seus empregos em risco. A tal da fonte mágica sumiu e, aos poucos, um percebe que a vida do outro não é na verdade um mar de rosas. Na segunda metade do filme eles resolvem consertar suas vidas. O filme só acerta a mão lá no finalzinho. Rola alguns momentos gays entre aspas, mas o filme é um festival imperdoável de clichês (e também ofende um pouco o sexo feminino).

VEJA TAMBÉM: Sexta feira muito louca, De repente 30, Garota veneno, 17 outra vez, Vice e versa, Quero ser grande, A outra face.