127 HORAS

Todo domingo eu pego minha bicicleta e me mando para algum fim de mundo. A civilização vai desaparecendo e hello natureza. Estou sozinho, e ninguém sabe para onde eu fui. Nem mesmo eu sei para onde estou indo quando saio de bike. Sem celular, sem garrafa d'água, a ideia é voltar para casa antes do pôr do sol, apenas isso. 127 HORAS começa exatamente assim e foi um soco no meu estômago. Aron Ralston (James Franco) não deixou recados, ninguém sabe para onde ele foi. Ao andar pelo deserto de Utah o cara cai num buraco e seu braço direito fica preso. E dentro desse buraco ele ficará pelos próximos cinco dias. Não é tão claustrofóbico quanto "enterrado vivo", mas nos faz lembrar de Ryan Reynolds uma vez que James Franco carrega o filme todo nas costas sozinho, sem sair do lugar. E, como no caixão de Ryan, costuma acontecer de tudo no fundo do buraco de Aron.

ENTRE UMA ROCHA E UM LUGAR DURO

Poderia ser apenas um filme sobre um cara preso num buraco por 5 dias. Mas, lá dentro, James Franco tem muito no que pensar. Cenas de sonhos, delírios, fantasias e lembranças surgem sem aviso, cuidado com os delírios. A tela se divide em 3 partes várias vezes, sempre no mesmo formato. O nome do filme só aparece depois de 15 minutos, quando Franco prende sua mão na rocha. Ou seja, o filme é apresentado de uma maneira bem original, sua edição é praticamente um novo modo de se contar uma história. Cheio de momentos tensos, James vai pirando aos poucos. Aí chegamos na tal da cena que fez meio mundo desmaiar e vomitar nos cinemas. Sim , ela causa um certo desconforto e dá nos nervos (literalmente). A trilha musical é fantástica, no momento da enxurrada e no momento "dos nervos", arrepia. Baseado num livro escrito pelo próprio Aron Ralston (ele aparece no final do filme) que passou por maus bocados em 2003 ao cair no tal buraco. O blu traz um dvd de "grátis" na caixa mas tem poucos extras.