OS MERCENÁRIOS

É raro, mas de vez em quando alguém em Róliudi realiza nossos desejos. Hoje, esse alguém é Sylvester Stallone, mas o tal desejo chegou com 20 anos de atraso e não é exatamente aquilo que a gente queria. Nos anos 1980 havia essa fantasia: e se todos os machões dos filmes de ação se reunissem num só filme? Sly, Bruce, Van Damme, Xuarza, Seagal... Eles estavam no auge da boa forma e, é claro, no nosso filme dos sonhos, eles lutariam uns contra os outros. O sonho se realizou mas os caras estão velhos, e lutam todos juntos no mesmo time, meio sem graça não? Sly conhece o peso dos anos, falou sobre isso no último Rambo e no último Rocky, de um modo bem dramático, mas nesse filme ele faz piadas sobre o assunto. Muitos dos brucutus de 20 anos atrás disseram "não" ao filme, e agora, após o sucesso significativo do mesmo, querem uma participação na sequência. Para conquistar o público jovem Sly foi atrás dos machões atuais (e de Mickey Rourke, o último a entrar nesse "hall da fama"), escreveu e dirigiu o filme. A trama? quem se importa?

VÉIO É O TEU PASSADIS

Os mercenários, comandados por Sly, são contratados por Bruce Willis, depois que Arnold Xuarza pulou fora, para uma perigosa missão: ir até uma ilha na América do sul (nunca ouvimos falar dela) para matar um cruel ditador. A missão de reconhecimento falha, Jason Statham tenta abandonar tudo mas Sly quer voltar à ilha para salvar uma moça que faz parte da rebelião, e ela oh! é a filha do cruel ditador! Como em Rambo 4, Sly abusa da ultra violência para que o filme seja levado à sério. Com Arnold, Bruce, e até Rourke, em pontinhas, com boa parte do enorme elenco colocado de lado, o filme é todo de Sly e de Statham. Dolph Lundgren se destaca um pouco, mas é só. Não poderiam faltar as mega explosões e tiros para todo lado. Temos um filme com um propósito e um elenco com outro, o casamento perfeito sequer existe, juntar todo esse pessoal para nada? pontas? Jet Li no time reserva? Não é um filme muito justo. Valeu pela pipoca explosiva, cenas de ação, fatalities, efeitos sonoros e pela curiosidade (machões reunidos). Se estiver interessado corra atrás do blu importado (que escapou de minhas mãos), não há legendas em português nele, mas vem dentro de uma magnifica luva com efeitos metálicos e muitos extras. O blu nacional é simples, oco, caro, feio, e o audio é DD 5.1 e nada mais. Para quem gosta de colecionar filmes, o Brasil é o inferno na Terra.