O MARAVILHOSO , LIMITADO E JÁ TOTALMENTE EXPLORADO, UNIVERSO DO CINEMA

Ainda ontem, no maravilhoso mundo do cinema dos anos 1980, havia uma certa magia no ar misturada ao cheiro de pipoca, haviam coisas novas, muitas delas, de caçadores de fantasmas a arqueólogos aventureiros, de guerras nas estrelas a adolescentes curtindo adoidados e monstros que se multiplicam com água. Mas será que agora todas as boas histórias já foram contadas? Ok há uma crise por aí e investir em algo novo que tem 50% de chances de dar lucro pode ser um problema. Então a melhor solução é investir em materiais já conhecidos, que deram lucro no passado e que têm mais chances de dar lucro novamente. Hoje os filmes verdadeiramente originais são oásis no meio de um deserto já mapeado, quem sabe quando a crise acabar? quem sabe quando uma nova geração de roteiristas nascer? (e pensar que esses idiotas ainda fizeram aquela greve para depois voltar com mais do mesmo), Hoje o cinema se tornou uma máquina do tempo, entre e volte ao passado.

VAMOS FAZER DE NOVO?

Existem dois lados em cada remake: o filme pode superar o original e ser tão amado quanto ele ou ser inferior e cair no esquecimento. Não se pode culpar os criadores de remakes que , de inicio, fazem isso porque gostam do material original e tem também o lance dos efeitos especiais que hoje se tornam ultrapassados em menos de dois anos. Às vezes temos que reconhecer que o filme original tinha certas falhas que agora podem ser corrigidas. Mas o pior que pode acontecer são as "novas versões", um novo conceito que sequer pode ser chamado de remake de tão diferente, desse modo não há como agradar aos fãs do filme original, há apenas uma tentativa de conquistar uma nova geração ao mesmo tempo que deixam os fãs de longa data bastante nervosos.

VAMOS COPIAR?

Os norte americanos não gostam de filmes legendados, simplesmente não estão acostumados a eles, e se um filme estrangeiro está fazendo sucesso lá fora o jeito é fazer uma versão americana. E eles a fazem em tempo recorde, em alguns países a nova versão acaba chegando antes do filme original, cuja distribuidora de calças curtas sequer pôde lançá-lo no mundo todo. Tipo os filmes de terror orientais, no Brasil a gente vê a nova versão, em inglês, nos cinemas enquanto temos que rezar para que o dvd do filme original seja lançado por aqui.

VAMOS VER TV?

Você pode culpar o diretor Brian De Palma e seu "missão impossível" por isso, e até a Drew Barrymore pelas "Panteras". Hoje a ordem é fazer versões cinematográficas de seriados antigos, e de alguns desenhos também. Mas series atuais também ganham o cinema, correndo o risco de pegarem a maldição do episódio estendido ao invés de ser um "o" filme de verdade. O caso mais recente é da versão para o cinema do "esquadrão classe A", a caracterização dos personagens está bem fiel, ao mesmo tempo que foi atualizada, e por ser um seriado de ação não é difícil fugir da maldição do episódio estendido, uma vez que agora estão usando efeitos digitais para fazer a turma despencar de um avião, juntamente com um tanque de guerra, e atirar no avião inimigo, com o tanque, enquanto ele não chega ao chão. Forçou a barra não?

VAMOS COMEÇAR TUDO DE NOVO?

Fizeram a gente pensar que zerar uma franquia era um ótimo modo de se dar vida nova à ela depois de alguns filmes fracassados. O Bátima de Christian Bale foi tudo aquilo que o homem morcego precisava depois do desastroso filme de Joel Schumacher. Até James Bond entrou na era dos "begins" e não há mal algum em recontar origens a cada trinta anos ou após a declarada "morte" de uma franquia 10 anos antes. Mas agora a coisa se tornou insuportável, maníacos de filmes de terror estão voltando sem maiores cuidados e sem charme algum, pois a coisa virou um produto, que poderá dar origem a uma nova franquia lucrativa. Depois de apenas 3 filmes teremos uma nova origem para o Homem Aranha (é tão bom quando a origem fica para trás e o filme seguinte já começa sem enrolação...), esse tipo de coisa nos passa uma certa sensação de cansaço como aquela que temos ao ver um número 8 ou 9 ao lado do titulo de um filme e por falar nisso...

PODEMOS CONTINUAR?

Qual é o problema de se usar um número 4 ou 5 no titulo de um filme uma vez que estamos falando de uma franquia que sumiu das telas há muito tempo? é claro que queremos que a coisa volte, queremos matar saudade, mas tenha sempre em mente que algo vai estar diferente, efeitos, iluminação, sons, apenas o elenco será o mesmo, mas estão todos bem velhos. Eu acho que uma boa saída para essas franquias clássicas seria um "begins", com um elenco jovem, quero dizer, até quando Sylvester Stallone vai encarar um novo Rambo com seus 60 anos nas costas? Novamente no blog eu dou a sugestão de um "Rambo Zero" com 18 anos na guerra do Vietnã mostrando a origem do cara, digo, como foi que ele ficou maluco. Temos que reconhecer que nossos heróis são imortais mas os atores que os interpretam não são.