O LOBISOMEM

O lobisomem é um monstro clássico e merece algum respeito, vampiros também são clássicos mas a nova imagem emo gótica adolescente tira todo o romantismo da criatura. Neste filme o lobisomem está em casa, digo, em Londres no final do século 19, uma das piores épocas para qualquer lincantropo viver, afinal existem muitas pessoas supersticiosas em cada vilarejo, os bons e velhos aldeões com archotes e forcados. O filme traz uma boa reconstrução de época , seus cenários e sua iluminação contribuem para colocar você num ambiente antigo e com poucas cores. Com tudo pronto entra em cena o lobisomem meio digital meio maquiagem, a maioria dos efeitos especiais está nas transformações visualmente radicais, com ossos, dedos e maxilares se deslocando pra todo lado.

BENICIO DEL TORO: NARIZ DE PEQUINÊS

O filme é um remake do clássico da Universal de 1941 e até imita o mesmo lobisomem do filme original, nada de focinhos compridos e coisa e tal, é um homem lobo mesmo. Chato é ver que Benicio Del Toro tem tão poucos diálogos no filme mesmo sendo ele o personagem principal, em determinados momentos fica difícil saber o que se passa pela mente do cara, se ele crê em monstros ou se ele acha que vai se tornar um mais tarde. O filme está cheio de sangue e tripas, de braços e cabeças decepadas voando longe sempre que o bicho massacra alguém. Não chega a meter muito medo mas diverte bastante, foram 102 minutos que passaram rapidinho, peca pela infeliz ideia de pintar a ponta do nariz do lobisomem de 'preto borracha', ficou mais parecido com um homem-cachorro do que com um homem meio lobo.