30.11.09

DO COMEÇO AO FIM

O cinema estava lotado de gente. Homocaras e heteroidosos pervertidos querendo ver dois homens se agarrando na tela grande. Prova de que o filme faz mais barulho fora dos cinemas do que dentro, atiçou a curiosidade mórbida de muita gente, e decepcionou no mesmo grau. Como filme temático ele é péssimo, como filme é pior ainda. A única coisa que salva é a faisca que gerou o roteiro, depois disso foi mal escrito e mal dirigido. Começa com atuações horríveis de duas crianças sem talento algum. Os dois meninos são apaixonados um pelo outro a vida toda, mas nada de sexo , nada de contato intimo, a palavra com G nunca é mencionada no filme pois a ideia é tentar convencer você de que os dois são almas gêmeas, embora sejam meio irmãos. Após um funeral surge a primeira transa sem aviso algum, assim do nada, sem maiores explicações, eles simplesmente se despem (boa cena) e fazem parecer que se comunicam telepaticamente, do nada, eles vão pra cama.

E a vida é bela e o mundo perfeito, todo mundo encara a relação dos dois numa boa, a mãe e o pai sabem mas não comentam. E para onde vai o filme depois disso? pra lugar nenhum, nenhum mesmo, prova disso é o final interrompido. Uma irritante trilha musical se repete durante todo o filme junto com fades in e out que separam todas as cenas dando um efeito de cansaço ao filme. Note a cena da boate, há duas delas no filme e um intervalo de alguns dias entre elas, mas todas as pessoas lá dentro (incluindo um dos personagens principais) vestem as mesmas roupas, um buraco enorme na continuidade. O filme não vale nem pelo nu frontal de um dos caras, vale apenas pela tentativa de se fazer um temático brasileiro para a tela grande, mas não deixa de ser uma oportunidade perdida.

8 comentários:

  1. a casa onde os garotos moram não mudou a decoração em 20 anos.
    numa cena que se passa no final dos anos 1980 pode-se ver um monitor
    de computador deslocado no tempo-espaço na mesa do Fabio assunção.

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  2. Vc foi mto bonzinho com o filme! Ele merecia um -2 pipoca!

    É claro que as falas dela devido ao lixo do roteiro eram péssimas, mas eu gostei muito da Julia Lemertz.

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  3. Só pelo o que eu acabei de ler acabou todo o meu tesão, nem vou gastar meu precioso tempo. Depois quando eu falo que o cinema brasileiro tem e muito em aprender e a cescer, sou crucificado por muitos, o Brasil tem simplismente em mente a ideia de cópia, e por sinal cópia barata.... ainda bem que não fui ao cinema...

    Parabéns Alessandro pelo excelente blog, continue assim...

    Abraços

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  4. que triste .. então é um daqueles filmes que as únicas cenas boas são colocadas no trailer pra chamar a atenção do publico.

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  5. engraçado que esse filme tem dividido mesmo o público
    e isso é bom

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  6. mesmo com todas as criticas (todas negativas, vale lembrar)ainda tenho curiosidade pra ver o filme, porque, sei la, muita gente espera que um filme 'alternativo' tenha morte, espancamento, violencia verbal e que um dos dois morra pra ser considerado um bom filme. Em milhares de outros posts eu ja deixei claro o meu gosto por filme água com açucar.

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  7. ah ale...
    eu amei o filme, só pelo fato de ser uma coisa simples, uma história de amor e só... sem dramalhões ou tragédias... só amor, com aceitação.... tive que ir pra sampa assistir mas valeu a pena..... e que são aqueles 2, meldels...

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  8. Vou adaptar uma critica que você fez para filme DOG TAGS o que mais incomoda nesse filme é que não existe drama , preconceito, chega a ser estranho ,o filme é bem leve e os atores fazem o que podem, realmente em alguns momentos lembrou novela do Manoel Carlos, ou seja ” mamão com açucar” pelo menos atores são bem gostosos.

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