16.7.18

SEM TEMPO PARA SAFADEZAS


Já vai fazer um ano que o meu namorado tá aqui morando comigo. Antes da sua chegada, a gente só se falava pelo iscaipi. Isso quando eu ligava o computador. No trabalho eu não tinha como fazer isso. Aí passou pela minha cabeça a ideia de usar o celular da minha mãe. Ela e o Anselmo conversam pelo uatis todos os dias. É claro que, depois de enviar algumas mensagens mais abusadinhas, eu era obrigado a apagar o histórico da conversa. Aprendi a fazer isso facilmente.
Numa ''bela'' tarde, segurei meu pênis por cima da bermuda e tirei uma foto com o celular usando a outra mão. Aí enviei a foto pro Selmo. Fiquei esperando ele visualizar aquilo para poder apagar a foto depois. Mudei de posição na cadeira e o telefone escorregou da minha mão e se estatelou no chão. Peguei o aparelho e vi que a tela estava escura, não havia mais nada ali. Quebradaço.
Falei pra minha mãe que o celular ''simplesmente parou de funcionar enquanto estava seguro em minhas mãos firmes e fortes''.
Ela entregou o telefone para um cara que mora aqui perto e que conserta celulares. O cara disse que a parte interna da tela estava quebrada. Ele levou o celular embora.
Aí começou o meu drama. Assim que o telefone fosse devolvido, minha mãe iria entrar no uatis e dar de cara com a minha foto ''muito abaixo do enquadramento socialmente aceito''. Eu teria que pegar o telefone antes dela.
Fiquei em cima dela o tempo todo.

- É hoje que o seu telefone volta do conserto?
- Não.

- É hoje?
- Talvez.

- É hoje?
- Sim, ela disse.

Eu tava vendo um filme em dvd. Volume baixo, porta entreaberta, pernilongos malditos entrando na casa, noite fria. O cara do telefone iria passar por aqui a qualquer momento. Não temos campainha há anos, ele teria que bater palmas lá no portão. Deixei o volume do filme ainda mais baixo. Esperava que o Max, o Fox e o Duke começassem a latir assim que ouvissem algum som vindo lá da frente. O plano era sair correndo da casa, passar pela casa da frente, onde mora minha mãe, e pegar o cel no portão. Ligar, tocar, tocar, abrir, entrar, apagar. Isso ia dar muito trabalho.
Quando os filhotes começaram a latir, pausei o filme, eu tava com o controle na mão há um tempão, e corri para fora. O cara já estava indo embora e o telefone já estava na mão da minha mãe. Ela tava olhando para a tela, medo.
- Posso ver como ficou?
Era a tela inicial, beleza. Virei de costas, abri o uatis, selecionei o Anselmo e lá estava a minha foto. Selecionei a imagem e joguei na lixeira, ufa.

- Ufa, nenhuma mensagem nova do Anselmo pra você, eu disse.
Tudo certo.
Voltei pra casa, voltei pro meu filme.
Que legal (sarcasmo) pausei o filme bem em cima da cena de homossexo. Se a minha mãe entrasse em casa naquele momento ...
Em outubro minha sogra vai passar uns dias aqui. Tá na hora de encarnar o santo em tempo integral, pelo menos do lado de fora do quarto.
 

3 comentários:

Kayo Ewing disse...

Musica indicada pra ler essa história: Missão Impossível - Tema Principal.

Anônimo disse...

hahahaha, adoro suas historias.
feliz de vc e anselmo
qual filme estava vendo??
essas situaçoes sao mt embaraçosas, sempre fico atento se tem alguem perto me vendo mexer no cel, vai q me distraio e um pinto surge na tela
vitinho rj

ALESSANDRO SKYWALKER disse...

Foi um filme temático, no momento não me lembro qual foi